sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Lugar ao Sol


Terminado mais um Verão continuamos a ser o País à beira mar plantado de sempre. Já o sabiamos...

Aliás o Ministério do Turismo tem-se esforçado para que Portugal fique conhecido como a "West Coast" da Europa. Porém há receios de que a "West Coast" (Costa Este) se confunda com o "Worst Cost" (pior custo) para os turistas.

Em Portugal, o turismo ainda se afigura como o único ramo largamente rentável em que os proventos para o País em muito superam as despesas. O turismo é, dirão alguns, um dos poucos negócios com largas perspectivas de crescimento, a única hipótese para que Portugal saia do marasmo dirão outros.

Apesar de um crescente clima de abertura comercial, ainda é muito difícil para as empresas nacionais imporem-se e fazerem transacções à escala global.

Enquanto povo temos características ímpares na arte de receber os outros. serão porventura resquícios da Diáspora portuguesa, das epopeias maritimas, de sermos um dos primeiros povos realmente que comungou territórios multicontinentais e multiétnicos. Somos pois um povo afamado pela sua hospitalidade, embora muitos vejam nisso um forte substrato de subserviência a tudo que é estrangeiro.

Quem nos visita procura o nosso clima solarengo, as nossas praias, a nossa comida, o nosso estilo de vida mediterrânico, as marcas da nossa história. Mas desenganem-se aqueles que pensam que Portugal só recebe turistas por estes motivos, A "predação" sexual, o baixo custo do álcool e abundância de substâncias ilícitas figuram, cada vez mais, nos roteiros turísticos. Não serão certamente os turistas que Portugal pretenderá no futuro. E urge fazer algo para que o futuro não seja menos risonho que a actualidade.

Com o passar dos tempos, nomeadamente com o advento das novas tecnologias o próprio turismo está a sofrer mudanças e conhecer novos cambiantes.Portugal é ainda um destino turístico predominantemente virado para o turismo de massas, com ofertas padronizadas e vive em demasia de turistas vindos de países com quem tem relações históricas (Espanha e Brasil).

Acontece que com a proliferação das novas tecnologias e com a incomensurável oferta existente na rede o critério para a definição de um destino de férias é cada vez mais o preço independentemente da distância que separa o país de partida do de destino.

Quer isto dizer que uma conjuntura de personalização turística, abertura fronteiriça, de encurtação das distâncias mentais, ajudada pelo desenvolvimento dos transportes, pelo rigor dos transbordos, pela informação massiva disponibilizada por cidadãos comuns na internet tem vindo a revolucionar a oferta turística tendo, gradualmente, minimizado o papel intermediário das agências de turismo.

Portugal terá que se redefinir pois a abertura fronteiriça alarga o mercado concorrencial e permite a entrada de novos players no mercado, países que mesmo não tendo grande tradição no ramo, pela oferta turística diferenciada conseguem atrair fatias do mercado que são o habitual publico alvo do nosso País.

Num mercado global fazer fronteira com determinado(s) País(es) deixou de ser um garante para a atracção de turistas pois há destinos a muitas milhas de distância mas com um exotismo apelativo, com ofertas diferenciadas e bem mais sugestivos para os veraneantes.

Nada mais estará garantido mas Portugal tem condições para manter o seu lugar ao sol.

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