segunda-feira, 6 de agosto de 2007

TVI: Toca a Mudar


Os mais familiarizados com as insónias, aqueles que se encontram de férias ou simplesmente os notivagos já se terão apercebido de um novo programa nas madrugadas da TVI: Toca a Ganhar.


Numa altura em que as cadeias de televisão preparam a rentrée com apostas que se querem ousadas e inovadoras e num período em que as caras da estação gozam as suas férias, a TVI brinda-nos com (mais) um "enche-chouriços".


A receita é simples. Pega-se numa menina com ar apresentável e digitalizam-se aqueles típicos jogos de verão (Sudoku, Palavras Cruzadas) que nos preenchem o tempo enquanto estamos na praia e voilá, temos programa.


Para quem desconhece a apresentadora trata-se de Liliana Aguiar, ex-concorrente do Big Brother, um resquício dessa elite cultural que concorreu a esse saudoso programa. E a avaliar pelo comportamento da menina, os efeitos secundários de ter estado alheada de comunicar com o mundo exterior estão a evidenciar-se.


Em quase uma hora e meia de programa em directo a menina não se cala um segundo sequer, o número de telefone para o qual os concorrentes devem ligar é repetido até à exaustão, a apresentadora move-se persistentemente dentro do estúdio criando, inclusive, dificuldades de enquadramento para as equipas de filmagem e realização. Parece que a falta de comunicação se repercutiu em excesso de comunicabilidade, já diz o povo "não há fome que não dê em fartura"


Outro ponto que gostaria de sublinhar é a autêntica violação da língua portuguesa que a dita apresentadora faz. Os erros de concordância entre sujeito e verbo são imensos "o prémio SÃO de duzentos euros", "as respostas que já foram dadas FOI..". A apresentadora chega mesmo a estabelecer diferenças entre a palavra "Participante", segundo ela de género masculino e uma outra "Participante" passível de ser aplicada às concorrentes femininas.


Outro aspecto prende-se com o suposto "engodo" das chamadas telefónicas para o programa. Se fizer duas chamadas consecutivas para o programa os números que lhe são atribuídos são meramente aleatórios. Numa primeira chamada é-lhe atribuído , por exemplo, o número "50" e na chamada seguinte já é o "16". Ora, se os concorrentes são atendidos de cem em cem chamadas como explicar que a apresentadora passe, por vezes, mais de cinco minutos a suplicar por chamadas? Estranho não!?


Para aqueles que desconhecem o programa fica aqui um vídeo (que não é da minha autoria) que sublinha o ridículo em que, por vezes, a televisão portuguesa cai.





1 comentário:

  1. Que terá acontecido á TVI no ínicio do canal eu lembro-me de dar programas de qualidade, que me divertiam quando era mais novo, programas como Parker Lewis, Save by the bell que eram exibidos em horário nobre, todos menos o grande Seinfeld que dava á 1:00 da manhã e não deixava os meus pais dormirem com as minhas gargalhadas. O que é mais triste é que isto acontecia na altura em que a Igreja é que tomava conta da TVI, agora é só Morangos com Açúcar para os “putos” sem cérebro, telenovelas e concurso para os velhos. Os directores das televisões ainda tem a lata de afirmar que a televisão está em crise devido a concorrentes fortes como a Internet, eu sou filho único, o meu pai e a minha mãe sempre trabalharam os dois por isso eu foi criado pela televisão, e eu troco um bom programa de televisão pela Internet a qualquer altura. Se existe crise na televisão a culpa é a de só fazerem porogramas para “putos” e velhos e ignorarem as outras que só querem chegar a casa e sentarem-se em frente da caixa mágica que mudou o mundo.

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